06 novembro 2011

O ministro da Previdência, Garibaldi Alves Filho, que a presidenta Dilma Rousseff, avalia como um dos seus melhores acertos na composição do governo, poderá ser premiado, contraditoriamente, com sua saída do cargo para disputar a presidência do Senado a partir de 2012, em substituição ao senador José Sarney. É praxe no Senado o partido de maior bancada indicar o futuro presidente e, mais uma vez, o PMDB fará a escolha.

Dilma já obteve o apoio para Garibaldi das figuras centrais na escolha: o atual presidente, José Sarney, e o líder do PMDB, Renan Calheiros.

O “nome natural” para presidir o Senado seria Renan Calheiros, mas sua prioridade, agora, é viabilizar a candidatura ao governo de Alagoas.

Cláudio Humberto

NOTA DO BLOG

Garibaldi Filho é o ministro que mais preenche agenda positiva para o Governo Federal e já é cotado para assumir, também, outra pasta da Esplanada, numa possível fusão entre os dois ministérios: Previdência e Trabalho. 

No entanto, agora, parece que os rumos deverão ser outros; pelo menos a partir do final do mandato de Sarney, em 2012, e início do seu em fevereiro de 2013.

Caso as pretensões da Presidente Dilma dêem certo – e não há como duvidar disso – Garibaldi será alçado pela segunda vez à chefia do Congresso Nacional. A primeira durou pouco mais de um ano: de 12 dezembro de 2007 a 2 de fevereiro de 2009.

Um dos Atos históricos e bastante discutido em sua gestão, foi a devolução ao Poder Executivo, em novembro de 2008, da Medida Provisória da Filantropia, supostamente por não se enquadrar nos requisitos de “urgência e relevância” que a Constituição exige para as MPs.

Com o advento de Garibaldi Filho para presidir o Senado da República, ficam, praticamente, descartadas as possibilidades do deputado federal, Henrique Alves, ser eleito presidente da Câmara Federal para o biênio 2013-2014.

Primeiro, por ser do PMDB, mesmo partido de Garibaldi Filho e, de acordo com as regras estabelecidas, as duas Casas não podem e nem devem ficar sob o comando da mesma legenda simultaneamente.

O segundo ponto que pesa contra Henrique são os laços consanguíneos que tem com Garibaldi, que é seu primo..

Terceiro é que a presidente, Dilma Rousseff, desde o início da sua gestão, não vai muito com a cara de Henrique, que a desafiou e quis emparedá-la publicamente. 

O quarto motivo é que Dilma não quer dar sopa para o azar e ter de conviver com a imprevisível Câmara dos Deputados, chefiada por Henrique Alves (potencial desafeto e amigo íntimo de Michel Temer), exatamente num período que antecede as eleições gerais (sua candidatura à reeleição ou um suposto retorno de Lula). Ela não quer correr o risco de ficar, permanentemente, sobre a mira de uma faca peemedebista no pescoço. Ademais, na escala hierárquica da República, na vacância do cargo, por quaisquer que sejam os motivos do afastamento da presidente e do vice, Henrique Alves assumiria o cargo maior do País; algo que Dilma pretende evitar a todo custo.

O jogo de cintura de Dilma, que tem demonstrado não ser sexo frágil, é algo digno duma cartada de mestre! Ela também já mostrou que não dá ponto sem nó.

Resta, porém, a mandária maior da Nação combinar com o PMDB, o vice-presidente, Michel Temer, senador/ministro, Garibaldi Filho e o deputado, Henrique Alves, para saber se eles concordam com essa manobra. Pois, é bem possível que Garibaldi Filho, que já comandou o Senado, abdique da condição de presidi-lo, outra vez, em favor do primo-irmão, Henrique Alves que, em virtude de já exercer o décimo primeiro mandato eletivo de deputado e viver um excelente momento político, deseja muito dirigir a Câmara Federal; até mesmo para realizar um sonho antigo do pai, de saudosa memória, Aluízio Alves.   

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