Notícias chegadas lá das bandas de Pilões, no Alto Oeste potiguar, dão conta de que a Sessão Ordinária da Câmara Municipal, ocorrida no dia 26 de novembro último, foi marcada pelo maior movimento de revolta popular contra um gestor público na história política e administrativa daquele município.
Portando cartazes e faixas, cerca de 500 pessoas se dirigiram à sede do Poder Legislativo pilonense para manifestar sua indignação contra o Projeto de Lei n° 340/2011, encaminhado àquela Casa Legislativa pelo prefeito, Francisco das Chagas de Oliveira (“Dr. Chagas”), pedindo autorizando para contratar operações de créditos junto ao Banco do Brasil no valor nominal de até R$ 3 milhões.
Segundo alegações do chefe do executivo, feitas de boca, pois, pelo visto, ele sequer enviou as Razões do Projeto para serem analisadas, um dos objetivos da proposta é conseguir dinheiro para “curar” as finanças do município que estão feridas de morte. Os cofres públicos, sabe-se lá o porquê, foram raspados até a tampa e falta dinheiro para tudo e mais algumas coisas.
Ora, já estamos em meados do mês de dezembro e os servidores públicos efetivos ainda não receberam seu suado pagamento referente a novembro. Ademais, estes mesmos trabalhadores estão passando pelo cruel constrangimento de verem seus nomes inscritos no SPC e SERASA, em função de apropriações indébitas feitas pela prefeitura, via empréstimos consignados que foram deduzidos dos seus contracheques e não repassados às agência bancárias para quitar as dívidas.
Não cabe na cabeça de ninguém – nem mesmo na do gestor pilonense – que o município esteja operando no vermelho sangue de boi. Pois, apesar das quedas freqüentes nas receitas que atingiram de cheio todas as 5.564 prefeituras brasileiras, existem cidades do mesmo porte de Pilões que já anunciou o pagamento até do décimo terceiro salário, como é o caso de São Francisco do Oeste, que depositará o dinheiro nas contas dos funcionários no próximo dia 14.
Deste modo, justificar que não dispõe de recursos para botar a roda administrativa para girar, só convence mesmo os vereadores da bancada governista que devem ter lá $eu$ motivos para aprovar o projeto. E tem mais. O argumento do gestor não condiz com a verdade. Haja vista, que o montante de R$ 3 milhões que ele deseja pedir emprestado junto ao BNDES, acaso consiga, NÃO PODE SER USADO PARA PAGAR FUNCIONÁRIOS, NEM PARA CONSTRUIR ESCOLAS OU UNIDADES DE SAÚDE. Ele só pode utilizar os recursos, se conseguir, para outros fins específicos. Menos esses. Então, tentar colocar esse artifício na cabeça do povo para conseguir apoio dos vereadores, às pressas, e aprovar um projeto que lhe dá UM CHEQUE ASSINADO EM BRANCO NO VALOR DE R$ 3 MILHÕES em fim de mandato é botar em risco – de forma precipitada e irresponsável - o futuro de toda população.
Outro agravante nesse episódio é que o prefeito, “Doutor Chagas”, intenciona terminar de matar quem já está quase morto. Pois, se a prefeitura já respira com ajuda de aparelhos, ele ainda quer fazer uma conta do tamanho do mundo para comprometer, ainda mais, a saúde financeira debilitada da viúva por 96 meses, ou seja, oito anos para frente, ou durante dois mandatos seguidos. Parece que o gestor defende a tese de que “quem vier atrás que feche a porteira”.
E o pior, nessa história toda, é que o chefe do executivo é médico e, assim sendo, nem mesmo a sua área está recebendo a atenção que tanto merece. Pois, faltam profissionais nas Unidades de Saúde da sede do município como, também, na zona rural e as farmácias que deveriam dispensar medicação básica faz tempo que estão desabastecidas.
Além disso, as poucas obras de infraestrutura que foram iniciadas na cidade estão paralisadas e sem perspectivas de terem os serviços retomados. Some-se a essa ineficiência administrativa, o abate de animais que é feita a céu aberto, contrariando determinações do Ministério da Agricultura e da Promotoria Pública.
Outro fator que merece destaque. Os alunos da rede municipal de ensino passam por situações de extremo perigo. Eles, que deveriam ser transportados em veículos fechados, são conduzidos em carro abertos; ficando expostos e sujeitos a acidentes. Tudo isso escancarado aos olhos dos vereadores ligados ao prefeito, que assistem a tudo calados, como se fossem cegos, surdos e mudos.
Segundo informações chegadas à redação do blog, os parlamentares que não comungam com essas práticas adotadas pelo prefeito, Doutor Chagas, somados a outros líderes da oposição de Pilões, vão denunciar todo esse descaso administrativo ao Ministério Público Estadual para que tome as providências cabíveis.
JUSTIÇA ELEITORAL
E para piorar a situação de quem já não estava bem das pernas, a Procuradoria Regional Eleitoral está pedindo a perda do cargo eletivo de prefeito de "Doutor Chagas" por infidelidade partidária. Ele trocou o PR pelo PMDB e poderá ficar impedido de disputar a reeleição. Além dele, também estão enganchados na malha da Justiça Eleitoral, o Vice-prefeito Raimundo Reinaldo de Oliveira, Vereadora Maria Vicente de Sousa Paiva e o Vereador Risonaldo de Oliveira Monteiro.
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O prefeito, Dr. Chagas, "cochichando" com vereadores
Revolta popular manifesta em cartazes
Uma multidão lotou a Câmara Municipal para protestar contra empréstimo
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