Muitos brasileiros vão passar a noite de Natal
dentro de ônibus ou de aviões. O repórter Rodrigo Alvarez encontrou alguns
deles, em São Paulo.
Faltando poucas horas para o Natal, no Aeroporto
de Guarulhos, três amigas e um plano: “Vamos cear no ar, isso vai ser
incrível”, conta uma amiga.
Elas só não contavam com a trapalhada. Luiza
comprou passagem em um voo diferente e vai longe das amigas. “Conhecer pessoas
novas, quem sabe?”, diz.
A família Goulart aceitou o desafio de passar a noite de Natal nas alturas, com uma condição: “Vamos chegar às 8h da manhã em Paris e tudo é festa!”
Ainda que muita gente vá passar o Natal voando ou
nas estradas, esse é o grande momento do ano para as famílias. É quando aqueles
brasileiros que vivem longe das cidades onde nasceram juntam suas economias,
fazem o que for possível para comprar uma passagem e rever os parentes. Até a
meia-noite do dia 24, só pelo maior terminal rodoviário do país, são 64 mil
pessoas - com 64 mil histórias muito particulares.
A família Ramos saiu na sexta-feira (23) de Santa
Catarina, fez escala em São Paulo e só chega a Delmiro Gouvêia, em Alagoas, na
segunda (26) de manhã.
Se existe um Papai Noel das estradas, o nome dele é João Silvano. Leva 16 sacolas de brinquedos, esperados ansiosamente em PAU DOS FERROS, Rio Grande do Norte. “O prazer deles quando a gente chega no local é: 'Vovô, trouxe uma calunga? Outro diz: ‘trouxe uma chinela?’ ‘Trouxe um tênis?’, ‘Trouxe uma calça’, ‘Trouxe uma camisa?’”, conta.
Silvano deixa duas filhas chorosas em São Paulo:
“Mas está bom, é por uma boa causa. Vai ajudar os outros que estão lá”,
destaca.
E lá no Rio Grande do Norte, a meninada já
recebeu o aviso: “Não vai dar tempo de chegar lá. A gente faz de conta que
chegou no dia. De qualquer maneira, vou para casa estou em paz, estando em casa
é o que vale”.
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