10 outubro 2011

Embora até aceite, com ressalvas, não estou obrigado a concordar que o DEMocratas, através do seu presidente, José Agripino, feche totalmente as portas para qualquer aliança com o PSD, em nível nacional, com vistas às eleições do próximo ano. Pois, até hoje – e saibam que já milito em política desde tenra idade -, nunca vi nenhum candidato prescindir de apoios, seja de quem for, e, no final, sair-se bem na foto. Pode até existir um ou outro caso isolado, mas, via de regra, todo "encosto" numa campanha eleitoral é bem-vindo. Não vejo com bons olhos a esnobação e auto-suficiência. Esses substantivos, não raro, têm contribuído para a derrota de muitos postulantes inebriados com o excesso de confiança.

Ademais, nenhum partido, hoje, até onde sei, cumpre, à risca, o que está apregoado em seus estatutos e plataformas ideológicas. Logo, fundamentado nisso, os eleitores, há muito tempo, deixaram de votar em siglas e estão escolhendo pessoas para sufragar nas urnas. Eu, por exemplo, faz tempo que só voto em gente – não em siglas partidárias. Mesmo assim, defendo a necessidade de se ampliar o leque de apoios, no intuito de dar maior consistência e solidez à campanha daqueles que já possuem bom nome para receber apreciação popular. Nunca é demais!

Ora, já votei para governador, sem nenhuma resistência, em Geraldo Melo (PMDB), Lavoisier Maia (PDT), Garibaldi Filho (PMDB), duas vezes, Fernando Bezerra (PTB), Wilma de Faria (PSB), Garibaldi Filho (PMDB), outra vez, e Rosalba Ciarlini (DEM). E para presidente em Lula, PT (duas vezes) e Serra, PSDB (duas vezes).

Todos esses candidatos, alguns eleitos, outros não, lembro-me bem, fizeram seus arcos de alianças e só conseguiram carimbar as faturas aqueles que se articularam melhor, como foi o caso de Rosalba, em 2010, que teve o importante apoio do “PMDB do G”, PMN, PV, PSDB, PSC, PSL, PTN e PRP. E estas mesmas legendas também desembocaram seus votos para José Agripino. E ninguém, no ano passado, teve coragem de dizer que não poderia ou que era proibido se aliar, por isso ou aquilo.

Logo, vetar candidatos a prefeito e vereadores do DEM em fazer coligação com o PSD, numa atitude de represália mesquinha e raivosa a Gilberto Kassab, poderá ser um tiro no pé nas pretensões de vitória eleitoral no pleito que se avizinha. Posto que o PSD no Rio Grande do Norte, presidido pelo vice-governador, Robinson Faria, até que me provem o contrário, também é da base de sustentação ao governo Rosalba.

Assim sendo, desprezar uma legenda que tem 19 diretórios e 110 Comissões Provisórias, portanto, presente em 129 municípios, e que possui um excelente capital eleitoral, por puro capricho e instinto de vingança, não é uma postura sensata, inteligente, nem muito menos salutar. Toda essa fartura poderá cair de bandeja no colo dos adversários e eles, certamente, farão bom uso de suas iguarias. Agir assim é rumar nas veredas tortuosas da burrice que, às vezes, não oferece nenhum caminho de volta!

Depois, lá na frente, acaso a serpente peçonhenta venha a picar na língua, ou no calcanhar, ninguém se dê ao trabalho de pedir socorro a São Bento; porque, talvez, seja muito tarde e ele nada mais possa fazer.

Não custa nada refletir que, se a “vingança é um prato que se come frio”, a sua aplicação prática serve para as duas partes envolvidas na questão. Pois, se 2012 bate à porta, 2014 já está no terreiro.

Tenho dito!


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