30 setembro 2011

Existe um ditado que diz que “vingança é um prato que se come frio”. Talvez essa frase explique, perfeitamente, um dos supostos motivos da renúncia do prefeito, Dedezinho, nesta sexta-feira de trevas em Luís Gomes.

Ora, nos últimos meses, um dos assuntos mais comentados na região do Alto Oeste era, exatamente, a briga política doméstica entre o ex-prefeito de Luís Gomes, Pio X Fernandes, e o agora também ex, Dedezinho, que disputavam o comando da jóia de ouro da coroa, o município de Major Sales.

Pois, bem.

Dedezinho abdicaria do direito de disputar a reeleição, no pleito do próximo ano, seu tio e padrinho político, Pio X, seria o candidato natural na serra, e, em contrapartida, ele desceria para concorrer à prefeitura majorsalense ou indicaria a esposa, Ana Guiomar Fernandes. Este seria o acordo dos sonhos e para a felicidade geral!

Mas, sabe-se lá porque cargas d´água (que um tem demais e o outro carece demais também), não houve entendimento, nem os diálogos avançaram nessa direção e, hoje, para surpresa de todos, aconteceu o desfecho final.

Confesso que fui tomado de sobressalto. Porque quarta-feira, à noite, conversei cerca de 30 minutos com Dedezinho e ele, mesmo demonstrando muita preocupação com a escassez d´água no município, esboçava garra e determinação para concluir seu mandato eletivo, inclusive me afirmando que tinha abraçado essa causa como um desafio, não apenas administrativo, mas como uma questão de honra pessoal, pelo muito que os luís-gomenses representam na sua vida.

Ao ver o ofício sem número, com data de hoje, escrita de próprio punho, depreende-se que o documento público já estava pronto, há alguns dias, e deve ter sido apresentado em alguma reunião, a portas fechadas, sem a presença de testemunhas, nem muriçocas por perto, onde Dedezinho deve ter dito que iria encaminhá-la à Câmara se, porventura, seu projeto de voltar a dirigir os destinos do município de Major Sales fosse contrariado.

DR. PIO, IRREDUTÍVEL, NÃO ACREDITOU NA POSSIBILIDADE DA RENÚNCIA

Doutor Pio X Fernandes, talvez, não acreditando muito nessa possibilidade, ficou irredutível e, mais uma vez, tentou desvencilhar Dedezinho dessa idéia para concorrer à reeleição em Luís Gomes, deixando Major Sales livre e sob seu comando, desta vez, nas mãos de Thales Fernandes, sobrinho de um e primo do outro.

Daí, em função desse imbróglio e tendo de engolir seco a decisão do tio e, ainda, para evitar mais desgastes nos laços familiares, já que o episódio já caminhava para o acirramento dos ânimos, Dedezinho, que tem amor próprio, firmeza de propósitos, mesmo contrariado e chorando por dentro ao ver seu ego ferido, tomou a difícil e dolorosa decisão de deixar o barco à deriva e interromper, no meio do caminho, todo um projeto político que tinha "COMPROMISSO COM O FUTURO"!

Não sei dimensionar até em que tamanho essa corda vai ser esticada. Mas, uma coisa ninguém pode ignorar: teve mais perdedores do que vitoriosos nessa briga de cachorros grandes, que não se sabe, ao certo, quem vai sobrar para roer os ossos.

Segundo as últimas informações extra-oficiais, tudo leva a crer que Dedezinho pretende abandonar, definitivamente, a vida pública. Porém, ainda acredito, PIAmente, que seja possível que ele, que foi picado pela mosca azul da política, repense sua decisão e, no pleito eleitoral do próximo ano, volte bem mais forte e tenha entrada triunfal, carregado nos braços do povo majorsalense, que, numa espécie de cumplicidade fraternal, se amam e se querem bem.

À Carlos José Fernandes (“Dedezinho”), nosso afetuoso abraço de solidariedade e o desejo de sucesso nas suas novas empreitadas!

Até mais ver ou ouvir, por telefone.

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