19 janeiro 2011

ERROS MÉDICOS LEVAM CIRURGIÕES A PENSAR EM SUICÍDIO


Um estudo mostra que erros médicos, estresse no trabalho e depressão leva cirurgiões a pensar em suicídio, em proporção maior do que na população em geral. Pior, eles são menos propensos a procurar ajuda.

O medo de perder o emprego contribui para a relutância dos médicos em procurar tratamento, segundo o estudo, que envolveu quase 8.000 cirurgiões.

Cerca de 6% afirmou ter tido pensamentos suicidas recentemente; o índice foi de 16% entre os que haviam cometido um erro médico há pouco tempo.

Apenas um quarto dos médicos com pensamentos suicidas afirmou que procuraria ajuda. Na população em geral, 3% têm pensamentos suicidas e, desses, 44% procuram tratamento, segundo outras pesquisas.

"Cirurgiões relataram muita preocupação sobre repercussões que afetassem sua permissão para exercer a medicina e muitos admitiriam se automedicar com antidepressivos", afirmou o autor do estudo, Tait Shanafelt, da Clínica Mayo.

O médico americano Robert Lehmberg, 63, do Estado de Arkansas, afirmou que foi necessário o incentivo de amigos para que ele finalmente buscasse tratamento para depressão e pensamentos suicidas há alguns anos. Apesar de ter tido medo de perder a licença médica e fica estigmatizado, nada disso aconteceu. Remédios e terapia ajudaram a resolver o problema.

O longo expediente de trabalho em uma clínica de cirurgia plástica em Little Rock - de 60 a 80 horas por semana - contribuiu para a depressão, mas Lehmberg lembra que ele tentava sempre evitar erros médicos.

"Cirurgiões aprendem que o paciente é responsabilidade deles, ponto final. Se algo dá errado, os cirurgiões que eu conheço levam muito para o lado pessoal", disse Lehmberg, que agora trabalha em uma clínica de cuidados paliativos, ajudando a minimizar o sofrimento de pacientes terminais.

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