08 novembro 2011


A morte do cinegrafista da TV Bandeirantes do Rio, Gelson Domingos da Silva, 46, morto no último domingo (6) em uma operação do Bope contra traficantes no Rio de Janeiro, pode ser um ponto de partida para a criação de regras claras na cobertura de operações de risco, avalia o especialista em segurança pública e privada e pesquisador criminal, Jorge Lordello.

“A partir de um caso triste como esse, a polícia deve criar um protocolo para as ações da imprensa”, afirma. Para ele, houve falta de cautela das duas partes e falha no relacionamento entre a polícia e os jornalistas, sem o alerta para o risco da cobertura.

“Em operações como essas, o jornalista entra depois que o local já foi invadido, não no momento da invasão, atrás da polícia, na troca de tiros. É um risco incontrolável”.

De acordo com o repórter da TV Record, Dennes Queiroz, que acompanhava a operação, em nenhum momento a polícia alertou os jornalistas a permanecerem afastados ou aguardarem até o final do momento mais forte do conflito. Apesar disso, Queiroz disse que, após o cinegrafista ter sido baleado, a polícia fez todo o possível para socorrer o profissional.

Segundo o Portal G1 Globo, antes de ser atingido, o cinegrafista informou aos policiais que o grupo havia sido visto pelos traficantes.

O repórter cinematográfico participava da cobertura da invasão da favela Antares, em Santa Cruz, bairro na zona oeste da capital fluminense. A operação contra o tráfico de drogas contou com a presença de mais de 80 membros do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) e do BPChoque (Batalhão de Choque).

COMENTÁRIO DO BLOG

Para um jornalista ficar exposto ao perigo, seja ele qual for, não necessariamente precisa fazer cobertura policial em morros do Rio de Janeiro, São Paulo, nas metrópoles brasileiras ou até mesmo em guerras. Em qualquer local ou lugar onde ele estiver, dependendo da linha editorial que segue, correrá sérios riscos.

O campo de atuação político, por exemplo, é outro bastante minado e nunca se sabe a hora que vai explodir. E não são raros os casos - no mundo inteiro - em que companheiros nossos (da imprensa escrita, falada e televisiva), em tese, do nada, tiveram suas vidas abreviadas provenientes de um "estrondo" que, até hoje, não se sabe, ao certo, de que ponto a fumaça partiu.

A vida de jornalista, profissional ou não, é muito perigosa. Apesar de não sermos bombeiros, vez por outra, também mexemos com fogo!


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