Notícias chegadas da serra de São Miguel dão
conta de que o deputado estadual, Raimundo Fernandes, quer passar uma melada no
ex-colega, Salismar Correia, do PHS. Dizem as boas línguas que ele procurou os
médicos Acácio pai e o filho, ambos do PMDB, e ofereceu a indicação de vice,
numa chapa encabeçada por Nirinha Fernandes, sua esposa. O “Bigodão” teria
usado como argumento labial que essa aliança tem a simpatia da legenda bacurau
do estado. E lá em Natal, afirma que já está tudo acertado no plano municipal. A história está muito parecida com cantiga de botar boi para dormir.
Acácio Campos parece que está se
balançando e quase caindo no “leriado”. Mas, pelo visto, ele se esqueceu de
combinar com seus eleitores que, desde o tempo de Nicácio Anunciato de Carvalho
(de saudosa memória), são adversários históricos e ferrenhos dos Fernandes e não
querem nem ouvir falar no nome de Raimundo, como pessoa, quanto mais na condição
de aliado político. Se isso, de fato, acontecer, é possível que “seu Nicácio”
se mexa no túmulo para pedir o encerramento da conversa. Os peemedebistas de verdade são contrários à
mistura heterogênea e união promíscua.
A estratégia equivocada de Raimundo é pensar
que, ao atrair Acácio para perto dele significa, automaticamente, uma apólice de
seguro, transformada em votos, e que o complemento conseguirá rompendo com o sistema
governista. Ledo engano. Nem tanto à terra, nem tanto ao mar. Ao contrário, uma
atitude dessa natureza, desagrada a gregos e troianos, “bicudos” e “bacuraus”,
e trará mais prejuízos do que lucros.
Deste modo, acaso Acácio (olhe trocadilho)
aceite as propostas “indecentes” de Raimundo, vai sepultar – de uma vez para
sempre – um acordo mal feito celebrado no último dia 12 de agosto, durante uma
farra numa chácara do município, com Salismar Correia e um considerável número
de correligionários. Naquele dia, tinha sido firmado um pacto para a oposição
se unir em torno de um nome de consenso, saído de pesquisas de intenção de
votos. Tudo leva a crer que o ovo da palavra empenhada pelos acacistas gorou e
Salismar deverá seguir carreira solo.
Pois, bem.
Segundo relatos, todo esse “pantim” e
chantagem do Bigodão é uma jogada barata na tentativa de forçar o prefeito, Galeno
Torquato, a anunciar logo o nome do seu sucessor, (de preferência a esposa dele),
quando, na verdade, o gestor micaelense - de tanto repetir - já criou calo nas
cordas vocais dizendo que só o fará depois da Semana Santa e após ampla consulta
popular para aferir quem reúne melhores condições de vencer o pleito: Nirinha
Fernandes ou Dario Vieira.
Ademais, o chefe do executivo da Serra do
Camará tem alardeado, por onde passa, que defende a união no seu agrupamento político
e deseja partir coeso para o embate eleitoral que se avizinha. Ele defende a
tese de que divisão só deve ser feita em SÍ-LA-BAS, na Língua Portuguesa.
Conspiram a favor do grupo situacionista, os
excelentes indicadores sociais e econômicos que apontam grande aprovação do
governo municipal. Logo, nada mais salutar e prudente do que esperar o tempo
apropriado – sem pressa e precipitação - para o lançamento de candidaturas. Posto
que, muitas vezes, quando se anuncia antecipadamente, desvia-se o foco do campo
administrativo para o político. E, não raro, essa postura equivocada redunda em
prejuízos incalculáveis para população.
Daí o porquê do prefeito, Galeno Torquato,
que já fez muito pelo município, insistir na união do grupo para continuar “Fazendo o que São Miguel Precisa”.
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