23 novembro 2011

Notícias chegadas da serra de São Miguel dão conta de que o deputado estadual, Raimundo Fernandes, quer passar uma melada no ex-colega, Salismar Correia, do PHS. Dizem as boas línguas que ele procurou os médicos Acácio pai e o filho, ambos do PMDB, e ofereceu a indicação de vice, numa chapa encabeçada por Nirinha Fernandes, sua esposa. O “Bigodão” teria usado como argumento labial que essa aliança tem a simpatia da legenda bacurau do estado. E lá em Natal, afirma que já está tudo acertado no plano municipal. A história está muito parecida com cantiga de botar boi para dormir.

Acácio Campos parece que está se balançando e quase caindo no “leriado”. Mas, pelo visto, ele se esqueceu de combinar com seus eleitores que, desde o tempo de Nicácio Anunciato de Carvalho (de saudosa memória), são adversários históricos e ferrenhos dos Fernandes e não querem nem ouvir falar no nome de Raimundo, como pessoa, quanto mais na condição de aliado político. Se isso, de fato, acontecer, é possível que “seu Nicácio” se mexa no túmulo para pedir o encerramento da conversa. Os peemedebistas de verdade são contrários à mistura heterogênea e união promíscua.

A estratégia equivocada de Raimundo é pensar que, ao atrair Acácio para perto dele  significa, automaticamente, uma apólice de seguro, transformada em votos, e que o complemento conseguirá rompendo com o sistema governista. Ledo engano. Nem tanto à terra, nem tanto ao mar. Ao contrário, uma atitude dessa natureza, desagrada a gregos e troianos, “bicudos” e “bacuraus”, e trará mais prejuízos do que lucros.

Deste modo, acaso Acácio (olhe trocadilho) aceite as propostas “indecentes” de Raimundo, vai sepultar – de uma vez para sempre – um acordo mal feito celebrado no último dia 12 de agosto, durante uma farra numa chácara do município, com Salismar Correia e um considerável número de correligionários. Naquele dia, tinha sido firmado um pacto para a oposição se unir em torno de um nome de consenso, saído de pesquisas de intenção de votos. Tudo leva a crer que o ovo da palavra empenhada pelos acacistas gorou e Salismar deverá seguir carreira solo.  

Pois, bem.

Segundo relatos, todo esse “pantim” e chantagem do Bigodão é uma jogada barata na tentativa de forçar o prefeito, Galeno Torquato, a anunciar logo o nome do seu sucessor, (de preferência a esposa dele), quando, na verdade, o gestor micaelense - de tanto repetir - já criou calo nas cordas vocais dizendo que só o fará depois da Semana Santa e após ampla consulta popular para aferir quem reúne melhores condições de vencer o pleito: Nirinha Fernandes ou Dario Vieira.

Ademais, o chefe do executivo da Serra do Camará tem alardeado, por onde passa, que defende a união no seu agrupamento político e deseja partir coeso para o embate eleitoral que se avizinha. Ele defende a tese de que divisão só deve ser feita em SÍ-LA-BAS, na Língua Portuguesa. 

Conspiram a favor do grupo situacionista, os excelentes indicadores sociais e econômicos que apontam grande aprovação do governo municipal. Logo, nada mais salutar e prudente do que esperar o tempo apropriado – sem pressa e precipitação - para o lançamento de candidaturas. Posto que, muitas vezes, quando se anuncia antecipadamente, desvia-se o foco do campo administrativo para o político. E, não raro, essa postura equivocada redunda em prejuízos incalculáveis para população.

Daí o porquê do prefeito, Galeno Torquato, que já fez muito pelo município, insistir na união do grupo para continuar  “Fazendo o que São Miguel Precisa”.
  
 O acordo feito no mês de agosto gorou. Só ficou a foto de recordação 



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