31 outubro 2010

O SAPO E A ÁGUA QUENTE


Vários estudos biológicos demonstram que um sapo colocado num recipiente com a mesma água de sua lagoa fica estático durante todo o tempo em que aquecemos a água, mesmo que ela ferva. O sapo não reage ao gradual aumento de temperatura (mudanças de ambiente) e morre quando a água ferve.

Inchado e feliz.

Por outro lado, outro sapo que seja jogado nesse recipiente com a água já fervendo, salta, imediatamente, para fora. Meio chamuscado, porém vivo!

Às vezes, somos sapos fervidos; NÃO percebemos as mudanças.

Achamos que está tudo muito bom, ou que o que está mal vai passar – é só questão de tempo. Estamos prestes a morrer, mas ficamos boiando, estáveis e apáticos, na água que se aquece a cada minuto. Acabamos morrendo, inchadinhos e felizes, sem termos percebido as mudanças à nossa volta.

Sapos fervidos não percebem que, além de serem eficientes (fazer certo as coisas), precisam ser eficazes (fazer as coisas certas). E para que isso aconteça, há a necessidade de um contínuo crescimento, com espaço para o diálogo, para a comunicação clara, para dividir e planejar, para uma relação adulta. O desafio - ainda maior - está na humildade em atuar respeitando o pensamento do próximo.

Há sapos fervidos que ainda acreditam que o fundamental é a obediência, e não a competência: “manda quem pode, e obedece quem tem juízo”. E nisso tudo, onde está a vida de verdade?

É MELHOR SAIR MEIO CHAMUSCADO DE UMA SITUAÇÃO, MAS VIVOS E PRONTOS PARA AGIR!

Paulo Coelho

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