25 dezembro 2011

Muitos brasileiros vão passar a noite de Natal dentro de ônibus ou de aviões. O repórter Rodrigo Alvarez encontrou alguns deles, em São Paulo.

Faltando poucas horas para o Natal, no Aeroporto de Guarulhos, três amigas e um plano: “Vamos cear no ar, isso vai ser incrível”, conta uma amiga.

Elas só não contavam com a trapalhada. Luiza comprou passagem em um voo diferente e vai longe das amigas. “Conhecer pessoas novas, quem sabe?”, diz.

A família Goulart aceitou o desafio de passar a noite de Natal nas alturas, com uma condição: “Vamos chegar às 8h da manhã em Paris e tudo é festa!”

Ainda que muita gente vá passar o Natal voando ou nas estradas, esse é o grande momento do ano para as famílias. É quando aqueles brasileiros que vivem longe das cidades onde nasceram juntam suas economias, fazem o que for possível para comprar uma passagem e rever os parentes. Até a meia-noite do dia 24, só pelo maior terminal rodoviário do país, são 64 mil pessoas - com 64 mil histórias muito particulares.


A família Ramos saiu na sexta-feira (23) de Santa Catarina, fez escala em São Paulo e só chega a Delmiro Gouvêia, em Alagoas, na segunda (26) de manhã.

Se existe um Papai Noel das estradas, o nome dele é João Silvano. Leva 16 sacolas de brinquedos, esperados ansiosamente em PAU DOS FERROS, Rio Grande do Norte. “O prazer deles quando a gente chega no local é: 'Vovô, trouxe uma calunga? Outro diz: ‘trouxe uma chinela?’ ‘Trouxe um tênis?’, ‘Trouxe uma calça’, ‘Trouxe uma camisa?’”, conta.

Silvano deixa duas filhas chorosas em São Paulo: “Mas está bom, é por uma boa causa. Vai ajudar os outros que estão lá”, destaca.

E lá no Rio Grande do Norte, a meninada já recebeu o aviso: “Não vai dar tempo de chegar lá. A gente faz de conta que chegou no dia. De qualquer maneira, vou para casa estou em paz, estando em casa é o que vale”.



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