23 agosto 2011

Recebi um e-mail do amigo e ex-colega de trabalho na Prefeitura de Pau dos Ferros, professor Demétrius de Oliveira Marques, lotado na UERN, Campus de Mossoró, respondendo a uma correspondência que lhe enviei, inadvertidamente, e, depois, a tempo, reparei o equívoco.

Tratava-se, pois, de uma fraude disseminada na internet de que a empresa Ericsson estaria doando laptops a todas as pessoas que, em rede ou corrente, espalhem-se mensagens eletrônicas para o maior número de pessoas possível ou, pelo menos, de 8 a 20 “amigos”.

Eis o e-mail bastante argumentativo e inteligente:



Companheiro,

Parabéns pela sua explicação. Na verdade esse golpe é muito comum e a gente acaba colaborando, quase que diariamente, com eles. As fotos de crianças doentes, perdidas ou que padecem de algum mal inexplicável, além das mensagens de motivação, fé em Deus e solidariedade, bem como promoções mirabolantes, prêmios fáceis e denúncias de maldades na África e/ou Ásia e/ou países árabes são na verdade um meio de construir facilmente listas intermináveis de e-mails que depois são usados para alimentar bancos de dados de empresas que compram essas informações a preço de ouro. Outra aplicação dos endereços é a disseminação de pragas virtuais.

Observe que muitas dessas mensagens apresentam telefones, nomes de pessoas e sites de empresas. Os sites, pode testar, são verdadeiros, já os telefones e as pessoas inexistem, pode testar também. O problema é que ninguém testa, simplesmente espalha a praga, com o intuito de fazer uma boa ação, praticar o bem.

Mas é preciso que reflitamos que o mundo virtual imita o mundo real. Empresa nenhuma distribuiria gratuitamente o produto que fabricou para vender. Não seria assim que a empresa ganharia competitividade, pelo contrário, ela perderia faturamento e, obviamente, lucratividade. Um tiro no pé, já que nenhum sócio do capital investe para fazer caridade, mas para obter retorno financeiro. Nunca ouvi falar que a Petrobrás distribuísse gratuitamente gasolina para se transformar na principal empresa de venda de combustível do país, ou o Pão de Açúcar distribuísse feiras para derrubar o Wal Mart ou o Carrefour. Não é dessa forma que as coisas acontecem, promoções existem, mas seguem regras que limitam as premiações. Não são meras distribuições.

Por que a AOL, por exemplo, distribuiria centavos de dólar para uma família caso as fotos de uma criança doente se espalhe pelo planeta. O que ganharia uma empresa confiável e tradicional da internet em propagar spam? Preste atenção que nessas mensagens não aparecem apelos publicitários da empresa. Isso, infelizmente, é apenas uma maneira de explorar pobres crianças, doentes e sem esperança, de forma vil e desprezível.

Quem faz isso? Pessoas que vivem no submundo da internet, hackers e piratas virtuais.

Porém, é bom observar que quase ninguém volta para dizer que percebeu um erro e tenta alertar os demais. Parabéns pela iniciativa.

Atenciosamente,

Prof. Demétrius Marques

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