26 outubro 2010


O presidente, LULA DA SILVA, pautou toda a sua carreira política baseada no conflito. É assim desde as greves do ABC, no fim dos anos 70. Ele e seu partido só veem razão de existir num ambiente de conflagração e embates. Com sua imensa dificuldade de construir o consenso e dialogar com oponentes, LULA e o PT não conseguem sobreviver sem um inimigo para atacar, mesmo que seja necessário inventá-lo.

O festival de desespero e hostilidade que o comando do PT exibiu, nos últimos dias, é efeito direto desta ética política – melhor seria dizer da falta dela. O mau exemplo que vem de cima contagia a atitude da militância nas ruas e lhe serve como salvo-conduto. Para os petistas, não há adversários a derrotar, há inimigos a dizimar.

O episódio da última quarta-feira em Campo Grande, zona oeste da capital fluminense, é o mais recente de uma galeria de instantâneos de truculência protagonizados pelos partidários de DILMA Rousseff. Para o PT, não basta vencer os adversários políticos nas urnas, eles têm de “apanhar nas ruas” na célebre pregação do czar-mor JOSÉ DIRCEU. Não servem os cabos eleitorais; valem mais os cabos de vassoura.

Uma pacata caminhada de JOSÉ SERRA e correligionários pelas ruas do Rio, parte intrínseca da disputa democrática pelo voto, foi barrada por militantes do PT, liderados por um candidato, derrotado, a deputado pelo partido. Isso já seria um fato gravíssimo e condenável, mas os fanáticos apoiadores de DILMA ainda arremessaram objetos em JOSÉ SERRA e em sua entourage, algo mais deplorável ainda. Até jornalistas foram agredidos.

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