18 dezembro 2007

RISCO DE VIDA OU DE MORTE?


Qual locução correta: risco de vida (como se diz, ou dizia tradicionalmente) ou risco de morte, como dizem os jornalistas hoje?

Os gramáticos divergem sobre a questão. Por considerar que a pessoa corre o “risco de morrer” e “não de viver”, o professor Napoleão Mendes de Almeida é favorável a risco de morte, opinião seguida por parte dos especialistas modernos.

A forma tradicional, porém, risco de vida, também tem adeptos fervorosos. Eles citam, por exemplo, esta frase de Machado de Assis no romance Quincas Borba. “Se não fosse um homem que passava, um senhor bem-vestido, que acudiu depressa, até com perigo de vida, estaria morto e bem morto.”

O abalizado dicionário Morais Silva registra as duas construções:

a) Perigo de morte – o risco de morrer.

b) Perigo de vida – risco de morrer em resultado de ato corajoso ou de desastre.

Na verdade, em risco de vida, está implícita a idéia de “risco de perder a vida”. Já risco de morte se aproxima de risco de doença, risco de acidente etc. A escolha, portanto, é de cada um.

Eu, MAZINHO CAPOTE, quando escrevo, prefiro usar a expressão "RISCO DE MORTE", assim como evito e condeno, veementemente, a frase muito usada por locutores e comentaristas esportivos: “correr atrás do prejuízo”. Até hoje, nunca vi ninguém (em sã consciência) procurar, correr ou buscar desvantagens. Todos nós, indistintamente, corremos, buscamos, procuramos, “todo santo dia”, LUCROS. Assim sendo. . .

Um comentário:

Anônimo disse...

Mazinho, apesar de ser leigo na matéria, e prefiro continuar sendo, acredito que quando alguém quiser expressar que algum vivente correu risco de morte poderia dizer "risco à vida". Ex.: "Os ferimentos de 'fulano' causam-lhe riscos à vida". Assim, estaria explicando que sua vida corre riscos. Por essa lógica estaria risco de morte e risco à vida teriam o mesmo peso. Desculpe-me a leiguice em Português e risco (à vida ou de morte).